A história de Jacarepaguá se inicia de forma parecida com a história das outras regiões da cidade, por meio de doação de terras pela coroa lusitana. A doação de sesmarias era concedida a pessoas que lutavam em prol da Coroa portuguesa e a obrigação de quem as recebia era de cultivar a terra e pagar o imposto de sua exploração ao rei.
Inicialmente, as terras de Jacarepaguá pertenceram à família dos Sás, conhecidos na história por seu papel na fundação e na defesa da cidade contra “invasores” que também viam o Rio de Janeiro como importante local de exploração de recursos para os países invasores, como o caso da França, por exemplo.
As terras de Jacarepaguá foram inicialmente concedidas por Mem de Sá (governador geral) a Julião Rangel de Macedo e a Jerônimo Fernandes, que lutaram ao lado de Salvador Correia de Sá, sobrinho do governador, na conquista do Rio de Janeiro aos franceses, que haviam invadido a cidade em 1555 e permaneceram por dez anos no controle da exploração do pau-brasil com os índios no litoral brasileiro.
Contudo, esses primeiros sesmeiros não cultivaram as terras e então, trinta anos após a doação para Jerônimo e Julião, Gonçalo Correia de Sá e Martim Correia de Sá, filhos do então governador Salvador Correia de Sá, através de petição pediram essas sesmarias para si.
No dia 09 de setembro de 1594, saiu o despacho da petição, sendo o resultado favorável a Gonçalo e a Martim. A partir de então, as terras compreendidas entre a Barra da Tijuca e Jacarepaguá, passaram a pertencer aos Sás, que por diversas vezes arrendaram, venderam e doaram essas terras a inúmeras pessoas.
Quanto a essa data 09/09/1594, é a referência mais antiga ao nome Jacarepaguá, nome este que foi dado pelos índios que viviam na região em que se encontrava “uma baixada da lagoa dos jacarés”. Em tupi, o nome aparece da seguinte forma: ya’caré’ypa’ (alagado)guá (enseada, lagoa).
A partir de então, Gonçalo e Martim erigiram engenhos de açúcar; como se sabe o açúcar foi um importante produto de exportação do Brasil durante o período colonial e a região foi palco de diversas fazendas e engenhos para o seu cultivo e transformação da cana em açúcar.
Foram erigidos em Jacarepaguá o engenho de Nossa Senhora dos Remédios, o engenho d’Água, o engenho da Serra, o engenho de Fora, o engenho da Taquara e o engenho do Camorim, importantes engenhos de açúcar dentro do Recôncavo da Guanabara.
Heluana Macêdo - pesquisadora IHJa
Fonte: Telles, Raul Rudge. As sesmarias de Jacarepaguá. Rio de Janeiro: Livraria Kosmos Editora, 1983.
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